Am 7,12-15; Sl 84 (85); Ef 1,13-14; Mc 6,7-13
Os grandes profetas de Israel, que conhecemos por seus escritos, não pertenciam à classe profética ou aos grupos proféticos institucionais. Nesse sentido, eles não eram profetas. Os profetas de “profissão” formavam grupos, viviam em comum, tinham práticas religiosas, entravam em êxtase e proferiam oráculos. Amós, por exemplo, diz: “Não sou profeta, nem sou filho de profeta”. Amós era pastor de rebanho e cultivava sicômoros ou chorões. Foi, porém, chamado para profetizar. Sua experiência de Deus, que o chamava, foi tão forte que ele a compara ao encontro com um leão que ruge.
Amós obedece ao chamado do Senhor. Sai da sua terra e vai para o norte profetizar para o povo do reino de Israel. Sendo verdadeiro profeta, ele se torna incômodo, porque o profeta diz a Palavra de Deus sobre o que está acontecendo na vida dos homens e das mulheres do seu tempo. Suas críticas eram muito fortes a ponto de um sacerdote chamado Amasias pedir que Amós fosse embora, voltasse para a sua terra e lá trabalhasse como profeta. Mas Amós não era profeta de profissão. Era de vocação.
Assim também os discípulos não serão funcionários de uma instituição poderosa, mas vocacionados a uma missão. Vão trabalhar juntos, dois a dois, com poder sobre os espíritos malignos. Poderão curar os doentes e expulsar os demônios. Como não são profissionais, deverão partir sem nada. Foi assim que ele nos chamou e predestinou, derramando sobre nós as suas bênçãos, revelando-nos a sua vontade e garantindo-nos a riqueza de sua graça.
No dia de hoje, há 36 anos, assassinaram um santo profeta de nossa terra, porque incomodava com sua vida e sua palavra. Foi neste dia que o padre Rodolfo Lunkenbein, missionário salesiano de origem alemã, e o cacique da tribo dos Bororo, Lorenzo Simão, foram assassinados. Rodolfo chegou ao Brasil em 1958, jovem estudante de 19 anos. Com 37 anos entregou a sua vida pela causa de Cristo em favor do povo Bororo. Fazendeiros e pistoleiros atacaram a missão de Meruri, em Mato Grosso. O cacique bororo tentou defender o padre, mas foi morto com sua mãe, e o religioso foi atingido por três tiros. O padre morreu defendendo os índios e o índio morreu defendendo o padre. A área Bororo foi demarcada e a tribo, que estava morrendo, voltou a crescer.
No tempo do profeta Amós, a situação não era diferente. Havia pouca gente com tudo e muita gente sem nada. Havia riqueza no reino do Norte, mas concentrada nas mãos de gente que o profeta chamou de “boa-vida”. Não é fácil a vida dos profetas, mas, uma vez chamados, eles vão e perseveram.
Na entrega que fazemos a Deus dia após dia, querendo servi-lo em nossos irmãos, somos fortificados com a bênção do seu Espírito. Somos filhos, libertos, absolvidos, agraciados com o dom da sabedoria e da prudência. Deus nos concedeu conhecer o mistério de sua vontade para que a vida neste mundo se realize plenamente. Em Cristo está a nossa esperança, por isso o louvamos com gratidão. A palavra da verdade, o Evangelho que salva, é anunciada, e os que acreditam são marcados com o selo do Espírito, garantia da salvação e da participação na herança. Tudo então se torna louvor, a vida e a morte, as alegrias e as tristezas, o cansaço e o repouso. Embora haja casa que não nos receba, e haja quem nos peça para irmos embora, a justiça andará na nossa frente e a salvação há de seguir os nossos passos. No sangue derramado, semente de cristãos, a justiça e a paz se abraçarão.
12/07/2012 - 10:00 Mesa da Palavra
Cônego Celso Pedro da Silva
Os grandes profetas de Israel, que conhecemos por seus escritos, não pertenciam à classe profética ou aos grupos proféticos institucionais. Nesse sentido, eles não eram profetas. Os profetas de “profissão” formavam grupos, viviam em comum, tinham práticas religiosas, entravam em êxtase e proferiam oráculos. Amós, por exemplo, diz: “Não sou profeta, nem sou filho de profeta”. Amós era pastor de rebanho e cultivava sicômoros ou chorões. Foi, porém, chamado para profetizar. Sua experiência de Deus, que o chamava, foi tão forte que ele a compara ao encontro com um leão que ruge.
Amós obedece ao chamado do Senhor. Sai da sua terra e vai para o norte profetizar para o povo do reino de Israel. Sendo verdadeiro profeta, ele se torna incômodo, porque o profeta diz a Palavra de Deus sobre o que está acontecendo na vida dos homens e das mulheres do seu tempo. Suas críticas eram muito fortes a ponto de um sacerdote chamado Amasias pedir que Amós fosse embora, voltasse para a sua terra e lá trabalhasse como profeta. Mas Amós não era profeta de profissão. Era de vocação.
Assim também os discípulos não serão funcionários de uma instituição poderosa, mas vocacionados a uma missão. Vão trabalhar juntos, dois a dois, com poder sobre os espíritos malignos. Poderão curar os doentes e expulsar os demônios. Como não são profissionais, deverão partir sem nada. Foi assim que ele nos chamou e predestinou, derramando sobre nós as suas bênçãos, revelando-nos a sua vontade e garantindo-nos a riqueza de sua graça.
No dia de hoje, há 36 anos, assassinaram um santo profeta de nossa terra, porque incomodava com sua vida e sua palavra. Foi neste dia que o padre Rodolfo Lunkenbein, missionário salesiano de origem alemã, e o cacique da tribo dos Bororo, Lorenzo Simão, foram assassinados. Rodolfo chegou ao Brasil em 1958, jovem estudante de 19 anos. Com 37 anos entregou a sua vida pela causa de Cristo em favor do povo Bororo. Fazendeiros e pistoleiros atacaram a missão de Meruri, em Mato Grosso. O cacique bororo tentou defender o padre, mas foi morto com sua mãe, e o religioso foi atingido por três tiros. O padre morreu defendendo os índios e o índio morreu defendendo o padre. A área Bororo foi demarcada e a tribo, que estava morrendo, voltou a crescer.
No tempo do profeta Amós, a situação não era diferente. Havia pouca gente com tudo e muita gente sem nada. Havia riqueza no reino do Norte, mas concentrada nas mãos de gente que o profeta chamou de “boa-vida”. Não é fácil a vida dos profetas, mas, uma vez chamados, eles vão e perseveram.
Na entrega que fazemos a Deus dia após dia, querendo servi-lo em nossos irmãos, somos fortificados com a bênção do seu Espírito. Somos filhos, libertos, absolvidos, agraciados com o dom da sabedoria e da prudência. Deus nos concedeu conhecer o mistério de sua vontade para que a vida neste mundo se realize plenamente. Em Cristo está a nossa esperança, por isso o louvamos com gratidão. A palavra da verdade, o Evangelho que salva, é anunciada, e os que acreditam são marcados com o selo do Espírito, garantia da salvação e da participação na herança. Tudo então se torna louvor, a vida e a morte, as alegrias e as tristezas, o cansaço e o repouso. Embora haja casa que não nos receba, e haja quem nos peça para irmos embora, a justiça andará na nossa frente e a salvação há de seguir os nossos passos. No sangue derramado, semente de cristãos, a justiça e a paz se abraçarão.
12/07/2012 - 10:00 Mesa da Palavra
Cônego Celso Pedro da Silva
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