terça-feira, 24 de julho de 2012

Comentário do evangelho 24/07/2012

A verdadeira família de Jesus


Encontramos esta narrativa de Mateus, também, nos evangelhos de Marcos e Lucas. A figura central é a "mãe". No processo de geração a mulher-mãe tem um papel fundamental. A própria Terra é tida como "mãe" em relação à vida que, sem cessar, desabrocha em sua superfície.

Na narrativa há um confronto entre as multidões às quais Jesus fala e sua família, mãe e irmãos, que ficam de fora e procuram falar com Jesus. A família, tendo a mãe como geradora, está na base do conceito de Israel e é o elo fundamental da continuidade da tradição do judaísmo. Abraão e sua descendência, a partir de Sara, constituem o povo eleito. Em continuidade, Davi e sua descendência constituem a dinastia real escolhida por Javé. O sacerdote hereditário é a base do poder do Templo. Daí as genealogias que confirmavam as purezas racial e funcional, com seus privilégios e poder.

Enquanto a pureza religiosa exigia o afastamento das multidões, Jesus se põe em íntimo contato com elas. Removendo a prioridade dos laços consanguíneos familiares, que garantiam o privilégio da eleição, Jesus, sem exclusões, constitui a grande família unida no cumprimento da vontade do Pai, que deseja vida plena para todos. A própria família de Jesus é chamada a esta conversão.



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