quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Irreversivelmente

Já nem bem chegou a noite e eu tenho aqui refletida a primeira estrela na lágrima tímida vertida da saudade que transborda no meu peito sangrando pelo meu rosto.
A mesma estrela que curti brilhante
no teu olhar distante.
E agora?
O que faço neste embaraçado labirinto de tantos sonhos loucos de tantas saudades proibidas de tantas paixões feridas?
De que me vale o luar entrado pela janela
se não posso guardá-lo para as noites de tão obscura solidão?
De que me adianta esse brilho de estrela
se ela está há tantos milhões de anos-luz de mim?
Pra que sonhar tão lindo mundo se a realidade é tão cruel e o céu tão invisível e tão pesadamente encantado?
De que me serve esta lembrança tão real de ti se não posso atrair-te aos meus braços?
Hoje sou o que sou, meio louco, não quero pouco quero tudo, quero tu, quero nada enfim.
Te quero amante, amada feito água em todos os estados. Por todos os meus lados assim: indo-vindo irreversivelmente com a onda do mar!

Zé Vicente
Referência: Tempos urgentes

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