quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Comentário ao Evangelho do dia 02/08/2012

A rede


Dentre as primitivas comunidades cristãs oriundas do judaísmo surgiram tradições sobre Jesus inspiradas a partir do Primeiro Testamento, como o escriba "que tira de seu tesouro coisas novas e velhas". Os evangelistas elaboram seus evangelhos coletando estas tradições, marcadas pela ideologia do messianismo davídico de glória e poder, já descartado por Jesus.

A parábola de hoje, com um estilo bem característico de Mateus, pretende descrever o juízo final, apresentando-o de maneira excludente e violenta. A separação entre bons e maus, e o cruel destino dos maus, na fornalha de fogo, com ranger de dentes, exprime mais o julgamento do deus do Primeiro Testamento, que, no "dia de Javé", viria para exterminar os inimigos do povo eleito, o qual, purificado, seria elevado à gloria e ao poder sobre as demais nações.

A grande novidade de Jesus, contudo, é a revelação do Deus de amor e misericórdia. A exemplo de Jesus, nossos julgamentos não são de condenação do mundo, mas, sim, de reconhecimento do amor pleno de Deus que tudo transforma e a todos acolhe em seu seio divino.

José Raimundo Oliva

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