Todos aqueles e aquelas que tentam viver uma vida coerente e nova, como a aurora de cada dia, alegrem-se com o que de novo tem feito e ainda sempre fará o Deus da novidade.
Ele nos garante um novo Céu e uma Terra nova: A Terra Prometida sob a palavra de sua aliança e registrada nas Bem-Aventuranças de seu filho Jesus, nosso irmão.
Cantemos a esse Deus vivo a canção invencível da esperança, mesmo na noite neoliberal. É de noite que Abraão pode enxergar as estrelas da promessa.
Bailemos a dança da igualdade e da partilha contra os altos muros do lucro e da exclusão. As muralhas da Jericó do Capital cairão sob as trombetas dos pobres organizados.
Sentemo-nos, em roda ecumênica, na relva humilde da liberdade, orvalhada pelo suor camponês, operário e biscateiro e batizada pelo sangue de tantas testemunhas.
No campo na mata, no cerado e na caatinga, nos lagos e nos rios, violados pelo arame fapado do latifúndio, pelos agrotóxicos assassinos, pelo maquinário das madeireiras e mineradoras e pleos projetos faraônicos das monoculturas, das barragens, das hidrovias, das hidrelétricas, sejamos "o novo": o antigo jeito novo de zelar da Terra como de uma esposa-mãe.
Salvemos dos transgênicos e de toda manipulação suicidas a biodiversidade. Agasalhemos a vida e o cosmo como se agasalham, nos ninhos, as asas do futuro. Na cidade que amontoa as pessoas no anonimato, nas pressas e na violência, sejamos o shalom da nova Jerusalém, o resplendor, sem luzes falsas, da cidade do Cordeiro, a festa das bodas do Deus Amor com a humanidade noiva.
Contamos com Aquele que é eterno e justo. A terra está cheia do seu amor! Ele, no seu Dia, na hora que vem vindo do seu Reino, desbarata, pelas mãos dos pobres, os projetos dos grandes, os devoradores fundos monetários, as alcas prepotentes da dominação, os planos militares e geopolíticos, enroupados com desculpas antinarco, o verdadeiro terror estrutural dos estados, do império, do sistema.
Os grandes são diante dEle erva que murcha num dia. Não há grandes para Ele, que é Pai goel dos homens humildes e das mulheres humilhadas. Ele convoca toda a humanidade numa só família: de todas as raças, de todas as culturas, de todas as religiões. Porque Ele Deus único, de todos os nomes, seio de saída e seio de retorno para toda a sua filha, a humanidade una.
Contemos também com todos os irmãos e irmãs, que sentem a mesma dor e assumem a mesma luta e cultivam o mesmo sonho. Os povos indígenas e negros, raízes do nosso Povo, as massas revoltadas da cidade, os sem-comida, os sem-teto, os sem-terra, os sem-água, os sem-trabalho e sem-direitos, os sem-saúde e sem-segurança.
Todos os excluídos e excluídas pelo império do capital, que são os incluídos e incluídas no Reino. As tribos jovens de Seattle, de Gênova, de Porto Aelgre. Os patriarcas e matriarcas da profecia teimosa, que ainda têm visões de amanhecida nas sábias testas queimadas pela fidelidade. Todos os solidários e solidárias do Norte e do Sul, que têm apagado de seus olhos as fronteiras da segregação e as leis de estrangeiria.
Romeiros e romeiras da Utopia maior, vamos para um outro mundo, possível e necessário, para a Terra sem males, da economia da reciprocidade, para a Shekiná do acampamento de Deus, para a Casa solarenga da Vida plena.
Pedro Casaldáliga
do livro: Orações da caminhada - Verus
Ele nos garante um novo Céu e uma Terra nova: A Terra Prometida sob a palavra de sua aliança e registrada nas Bem-Aventuranças de seu filho Jesus, nosso irmão.
Cantemos a esse Deus vivo a canção invencível da esperança, mesmo na noite neoliberal. É de noite que Abraão pode enxergar as estrelas da promessa.
Bailemos a dança da igualdade e da partilha contra os altos muros do lucro e da exclusão. As muralhas da Jericó do Capital cairão sob as trombetas dos pobres organizados.
Sentemo-nos, em roda ecumênica, na relva humilde da liberdade, orvalhada pelo suor camponês, operário e biscateiro e batizada pelo sangue de tantas testemunhas.
No campo na mata, no cerado e na caatinga, nos lagos e nos rios, violados pelo arame fapado do latifúndio, pelos agrotóxicos assassinos, pelo maquinário das madeireiras e mineradoras e pleos projetos faraônicos das monoculturas, das barragens, das hidrovias, das hidrelétricas, sejamos "o novo": o antigo jeito novo de zelar da Terra como de uma esposa-mãe.
Salvemos dos transgênicos e de toda manipulação suicidas a biodiversidade. Agasalhemos a vida e o cosmo como se agasalham, nos ninhos, as asas do futuro. Na cidade que amontoa as pessoas no anonimato, nas pressas e na violência, sejamos o shalom da nova Jerusalém, o resplendor, sem luzes falsas, da cidade do Cordeiro, a festa das bodas do Deus Amor com a humanidade noiva.
Contamos com Aquele que é eterno e justo. A terra está cheia do seu amor! Ele, no seu Dia, na hora que vem vindo do seu Reino, desbarata, pelas mãos dos pobres, os projetos dos grandes, os devoradores fundos monetários, as alcas prepotentes da dominação, os planos militares e geopolíticos, enroupados com desculpas antinarco, o verdadeiro terror estrutural dos estados, do império, do sistema.
Os grandes são diante dEle erva que murcha num dia. Não há grandes para Ele, que é Pai goel dos homens humildes e das mulheres humilhadas. Ele convoca toda a humanidade numa só família: de todas as raças, de todas as culturas, de todas as religiões. Porque Ele Deus único, de todos os nomes, seio de saída e seio de retorno para toda a sua filha, a humanidade una.
Contemos também com todos os irmãos e irmãs, que sentem a mesma dor e assumem a mesma luta e cultivam o mesmo sonho. Os povos indígenas e negros, raízes do nosso Povo, as massas revoltadas da cidade, os sem-comida, os sem-teto, os sem-terra, os sem-água, os sem-trabalho e sem-direitos, os sem-saúde e sem-segurança.
Todos os excluídos e excluídas pelo império do capital, que são os incluídos e incluídas no Reino. As tribos jovens de Seattle, de Gênova, de Porto Aelgre. Os patriarcas e matriarcas da profecia teimosa, que ainda têm visões de amanhecida nas sábias testas queimadas pela fidelidade. Todos os solidários e solidárias do Norte e do Sul, que têm apagado de seus olhos as fronteiras da segregação e as leis de estrangeiria.
Romeiros e romeiras da Utopia maior, vamos para um outro mundo, possível e necessário, para a Terra sem males, da economia da reciprocidade, para a Shekiná do acampamento de Deus, para a Casa solarenga da Vida plena.
Pedro Casaldáliga
do livro: Orações da caminhada - Verus
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