quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Os encontros de uma noite

A cada final de semana, quase sempre, a proposta para a diversão não está somente em conviver mas sim, de não passar a noite sozinhos.

A partir da revolução sexual dos anos 60 muitas coisas interferiram no comportamento dos jovens. Para quem já tem mais de 40, certamente se lembra das muitas etapas vividas nos anos que viriam a seguir… Apesar de todo o liberalismo alcançado, o desejo das pessoas em encontrar alguém para se viver um sadio relacionamento ainda continua vivo. De maneira especial para as mulheres que se preocupam com o avanço do tempo e ainda não conseguiram encontrar seu par.

Outras, por terem vivido um relacionamento frustrado, procuram estabelecer um romance duradouro com uma pessoa que realmente as façam felizes. Algumas dessas já namoraram, já viveram vários relacionamentos de curtíssima duração, outras até tinham um “ficante fixo”, mas entre tantas experiências, ninguém parecia ser adequado para o projeto de um relacionamento sólido.

É bem sabido pela maioria das pessoas, que a cada final de semana, quase sempre, a proposta para a diversão não está somente em conviver com outras pessoas mas sim, de não passar a noite sozinhos.

De maneira equivocada, algumas pessoas acreditam que em meio as breves experiências de namoro poderão encontrar seu par ideal. Em outras palavras, procuram encontrar alguém especial, vivendo inúmeras namoricos. Como se desses encontros fosse possível detectar a(o) namorada(o) perfeita(o) para então viver o sonhado relacionamento. Outros acreditam que por não terem ainda encontrado a mulher ou o homem da sua vida, justificam a atitude de viver um encontro com a duração de uma noite.

Dessa forma, as abordagens quase sempre seguem os mesmos rituais, tanto para homens quanto para as mulheres. Sem rodeios procuram conduzir o encontro para uma intimidade na qual, o casal tem como motivação o vínculo passageiro. E quando acontece do rapaz se deparar com uma moça que resiste a tal proposta ou não responde com o mesmo interesse; sem pestanejar, desvia seus objetivos em direção a uma outra pretendente.

Nessas investidas masculinas estará como alvo as meninas que se vestem de maneira mais provocante ou aquelas que expressam em gestos uma predisposição para um relacionamento relâmpago.

Como que se vivessem num circulo vicioso, a mesma atitude vai se repetir por muitos finais de semanas e festas oportunas. E os comentários entre os amigos(as), já não tão discretos, seria a respeito de quem foi ou como foi a noite com esse ou aquela pessoa.

Sabemos que para encontrar alguém, precisamos também nos desinstalar, pois dificilmente o príncipe encantado vai cair do céu e bater na porta da menina. E a frustração de muitos relacionamentos está no fato das pessoas perceberem que apesar de terem vivido muitos momentos, nenhum desses eventos foram duradouros o bastante como gostariam que acontecesse.

Contudo, a maneira de se conquistar alguém com intenções de viver um relacionamento mais sério, certamente, não será através das mesmas abordagens que se vivia nos finais semana. Tampouco será a extroversão abusada ou a concordância para um programinha que vai garantir a conquista de alguém.

Assim, a pessoa que deseja algo diferente para si, começará a entender os motivos de seus relacionamentos frustrados quando, sem hesitação, responder de maneira diferente às investidas costumeiras dos pretendentes de plantão. E uma primeira mudança a ser tomada, estaria na própria maneira de ver a pessoa do sexo oposto. Agora, não como alguém que serviria apenas de muletas para suprir suas carências, mas de encontrar uma pessoa como quem poderá viver a realização de um chamado para uma vida a dois e de maneira sóbria.

Um abraço e até o próximo encontro.

Dado Moura
http://dadomoura.com/2011/04/18/os-encontros-de-uma-noite/

Namoro às escondidas

Quando estamos apaixonados, queremos que todos conheçam os motivos da nossa felicidade. Apesar disso, há quem esteja namorando há um tempo, mas prefere manter em segredo a nova experiência.

Poderiam ser muitas as justificativas para este tipo de relacionamento, desde a dificuldade de aceitação dos pais, as diferenças de idade e, até mesmo, o fato de um dos dois já viver uma relação com outra pessoa. Mas que motivos alguém teria para manter o namoro em segredo se a pessoa com quem se relaciona o(a) faz feliz?

Um namoro secreto, apesar de todas as manobras que o casal precisará fazer para viver seus encontros, tem início, muitas vezes, na maneira avançada como aconteceu a primeira aproximação. Talvez a liberdade que já existia na amizade ou nas conversas permitiram que os casais fossem além daquilo que estabelecia as fronteiras da amizade. Intimidade semelhante também pode acontecer entre chefes e secretárias, professores e alunos, entre outros.

A convivência diária poderá facilitar tais laços se entre eles não for estabelecido limites, especialmente se há algum tipo de impedimento por parte de um deles.
Muitas pessoas, embora sejam completamente livres para assumir seus relacionamentos, vivem como amantes do próprio namorado. Outras, por estarem namorando alguém já compromissado, sujeitam-se às oportunidades oferecidas pelo vácuo dos encontros.

Ainda que o casal decida por viver o namoro, em hipótese alguma o acordo entre eles permite revelar a verdade sobre a atual situação; mesmo que o tempo de convivência tenha demonstrado que o relacionamento está ficando cada vez mais intenso.

Um namoro iniciado nessas condições elimina todas aquelas gostosas atividades que comumente vivem os apaixonados, tais como passear juntos, ser apresentado aos amigos e contar para o mundo, nas redes sociais, que está num relacionamento sério com fulano(a).

O doloroso pacto de silêncio entre os namorados os forçam a viver como bons amigos. Diante dos conhecidos, a pessoa precisará simular o comportamento de quem traz apenas um grande afeto por aquele que, na verdade, está apaixonado.

O peso de um namoro às escondidas faz com que os casais não possam atender ao telefone quando a chamada for do namorado, não permite que eles se falem quando a saudade bater à porta ou viver outras coisas comuns para a maioria dos apaixonados. Assim, essa experiência, que deveria ser um motivo de felicidade, acaba se reduzindo em breves e limitados encontros.

É verdade que o casal até poderia se encontrar em lugares públicos, mas desde que o comportamento fosse apenas de pessoas “conhecidas”, ou seja, sem beijos, toques, afagos e outros carinhos pertinentes ao namoro.

Há também aqueles que tratam a pessoa como namorada apenas quando lhe é conveniente. Na expectativa de oficializar o relacionamento, a pessoa mais apaixonada deixa passar os dias, meses ou anos, vivendo o “caso secreto” segundo a vontade da outra pessoa.

O relacionamento sem vínculos para com o outro parece não ter futuro, pois, além de comprometer a autoestima da(o) namorada(o), há também a possibilidade de a pessoa se fechar para um verdadeiro e compromissado namoro. E o grande risco para quem se vê envolvida neste tipo de união será de perceber que está investido a sua vida num relacionamento instável, no qual ela mal consegue definir o verdadeiro estado de vida dentro desse tipo de relação.

Um verdadeiro relacionamento robustece a nossa autoestima e nos traz ânimo. Do contrário, qualquer outro tipo de namoro descompromissado traz somente preocupação e insegurança.

Um abraço,

Dado Moura
http://dadomoura.com/2012/11/23/namoro-as-escondidas/